quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Obra Prima

             Enorme parte das nossas pulsações (de nossos motivos), tem sua origem na infância remota. O prazer em manipular metodicamente o meio objetivo onde estão as coisas já havia sido experimentado em nossa infância tão remota. Aos dezoito meses de vida, com o desenvolvimento do sistema nervoso, começa-se a percepção de domínio do bebê sobre seus esfíncteres retais e o controle sobre eles. Ao passar de alguns meses isto virara enorme fonte de prazer para o bebê que começa fazer 'obras' cada vez mais trabalhadas e desenvolve nestas certo afeto. Não é tão incomum crianças que dizem tchau para o cocô. Parece asqueroso mas sejamos científicos.
            Essa fase da criança é nomeada por Freud  fase anal, e se estende em média até os três anos, quando começará a próxima fase. Mas as fixações de prazer desenvolvidas na fase anal são perpétuas e voltaram a ser trabalhadas pouco tempo depois, desde que estivémos e estamos controlando alguma coisa, criando, trabalhando, etc. e depois olhamos para nossa obra igual olhávamos quando éramos crianças e nos orgulhávamos daquela bosta. Com isso concluo que o orgulho humano é um tanto fútil. Somos seres petulantes por natureza castrada.
             Repito: qual crianças que se orgulham de suas fezes desprezíveis, nos orgulhamos de nosso trabalho, mesmo que seja tão bom quanto os primordiais

              
            Fora o pedreiro com trinta anos de experiência e orgulho de trabalhador mas que não sabe assentar um piso ou colocar uma telha...que bosta. Pelo menos crianças não vendem seu trabalho a altos preços. (passível de coreção)

Um comentário:

  1. Sua facilidade em sair do senso comum me espanta! No bom sentido. Pena é a raridade de mentes assim no mundo. Lamentável os que menosprezam aqueles que não são concordantes com a massa. Parabéns Zé, te admiro!

    Carol

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