quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Obra Prima

             Enorme parte das nossas pulsações (de nossos motivos), tem sua origem na infância remota. O prazer em manipular metodicamente o meio objetivo onde estão as coisas já havia sido experimentado em nossa infância tão remota. Aos dezoito meses de vida, com o desenvolvimento do sistema nervoso, começa-se a percepção de domínio do bebê sobre seus esfíncteres retais e o controle sobre eles. Ao passar de alguns meses isto virara enorme fonte de prazer para o bebê que começa fazer 'obras' cada vez mais trabalhadas e desenvolve nestas certo afeto. Não é tão incomum crianças que dizem tchau para o cocô. Parece asqueroso mas sejamos científicos.
            Essa fase da criança é nomeada por Freud  fase anal, e se estende em média até os três anos, quando começará a próxima fase. Mas as fixações de prazer desenvolvidas na fase anal são perpétuas e voltaram a ser trabalhadas pouco tempo depois, desde que estivémos e estamos controlando alguma coisa, criando, trabalhando, etc. e depois olhamos para nossa obra igual olhávamos quando éramos crianças e nos orgulhávamos daquela bosta. Com isso concluo que o orgulho humano é um tanto fútil. Somos seres petulantes por natureza castrada.
             Repito: qual crianças que se orgulham de suas fezes desprezíveis, nos orgulhamos de nosso trabalho, mesmo que seja tão bom quanto os primordiais

              
            Fora o pedreiro com trinta anos de experiência e orgulho de trabalhador mas que não sabe assentar um piso ou colocar uma telha...que bosta. Pelo menos crianças não vendem seu trabalho a altos preços. (passível de coreção)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

As drogas no Brasil

   Uma questão contemporânea com qual lidamos de forma avançada como nunca é a questão das drogas. O país em plena mudança de governo, sob brisas fortes de mudanças - grande promissor do petróleo-, sede da copa e das olimpíadas, tem fortemente abalado e apreendido um grande Atacado de drogas. O estoque monstruoso que foi apreendido e mostrado na televisão chocou o país. Diante disto devemos nos conscientizar de que o foco da questão deve ser o consumidor, pois todo aquele estoque significa escoamento do mesmo, ou seja, o comércio das drogas funciona através de demanda de mercado, como qualquer outro produto (se havia tudo aquilo é porque tudo seria consumido). Aliás, aquele estoque mostrado na televisão é menos de metade da verdadeira quantidade em massa do produto consumido. A cada degrau que a droga desce do Atacado até o Varejo seu conteúdo é diluído (ou batizado) formando uma quantidade bem maior mas com a concentração menor.
          Numa época de escassez como a que começa no Rio, aquele que conseguir chegar com a droga poderá vender pelo maior preço muito facilmente. A proposta, que ja atraía e empregava muita gente, ficará mais tentadora do que nunca. E assim se reestabelecerá o produto no mercado. Quanto aos usuários de um dia antes da apreensão no Rio, provavelmente continuaram usuários (mesmo que em abstinência) um dia depois, e provavelmente farão de tudo para continuar seu vício. Agora ôpa! Se há tanta gente assim usando, talvez seja hora de respeitar uma opção democrática, afinal sabemos que todas drogas podem causar vício. O que será que atrapalha mais o corpo humano, intoxicação por concentração de cocaína ou açúcar? O açúcar inutilizado fica armazenado em forma de gordura e aumenta a massa corporal aumentando o peso e prejudicando. Ou seja, este açúcar está sendo usado compulsiva e desnecessariamente, é uma medida auto-destrutiva.
     Pensando pelo lado de que grande população usa drogas ilícitas como se fosse um direito, acho que mereciam um direito a substâncias controladas e regulares o quanto possível. Afinal, essa grande parte da população está correndo risco de contaminações diversas que só só podem ser descobertas bem tarde. Há muitos trabalhadores sem lazer alternativo, os quais servem à sociedade que deveria garantir lazer a todos. É preciso olhar por eles como cidadãos com direito a democracia.
           Por outro lado é muito mais difícil lidar com um inimigo invisível. Colocando o usuário sob a vista, será mais fácil controlar seu uso, e intensificar a restrição conforme a intensidade de destruição de cada droga. O estado deve ter controle! Controle da economia, controle da saúde, controle do comércio. Desde que um estado democrático, pois é evidente que seus furos serão atuados de forma alheia a seu controle.
           Vivemos a seguinte contradição: a Coca-Cola fez certa parceria com a Ambev para um investimento de quatro bilhões a mais do já gasto com bebidas alcóolicas aqui no Brasil, solo fértil. Então estas mega-empresas aumentam estrategicamente nosso consumo de bebidas e a responsabilidade fica toda por conta do consumidor - "que consome se quiser"-, enquanto as drogas ilícitas ficam por responsabilidade dos traficantes? Se olhar por esse lado vou ficar contra os traficantes e também achar que devem prender os gerentes do Mc Donalds.
       Traficantes sequer tem algum código de respeito ao consumidor ou outro, acho que são péssimas autoridades para a população e acho que são culpa do sistema. Vamos parar de alimentar esse tipo de conduta no país, vamos usar dinheiro de impostos sobre drogas para bem estar da população. Enfim, sejamos democráticos. E façamos valer a pena a operação extrema no Rio. 
(Pessoalmente acredito que isso não acontece porque muitos pais e patrões do país têm parte no grande lucro livre de impostos das drogas.)